HISTÓRIA DA MEDICINA | artigo 37 |
Memória Histórica do Colégio Médico-Cirúrgico da Cidade da Bahia – 1819 |
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Dr. Antonio Carlos Nogueira Britto Vice-presidente do Instituto Bahiano de História da Medicina e Ciências Afins. Fundado em 29 de novembro de 1946 |
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PROLEGÔMENOS CRONOLÓGICOS |
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Em 1819, nasce Alexandre Braulio de Magalhães Taques (1819-1857). Colou o grau de doutor em Medicina, em 1842, pela Faculdade de Medicina da Bahia. Foi lente substituto da Seção de Ciências Acessória, em 1855. Lente de Química Orgânica, em 1857, em virtude da transferência do titular da cadeira, Dr. Salustiano Ferreira Souto, para a de Medicina Legal. Em abril de 1857, viajou para a França com o objetivo de se aperfeiçoar na matéria de Química Orgânica. Retornando à Bahia, meses depois, rendeu a alma ao Criador em outubro do dito ano. Nasce, em 1819, William Thomas Green Morton, dentista norte-americano, que, na manhã de 16 de outubro de 1846, no Massachussetts General Hospital, administrou, pela vez primeira, o éter sulfúrico como anestesia geral a um paciente, que foi operado pelo Dr. John C. Warren. (Nota do Autor). No Brasil, no ano seguinte, a 25 de maio de 1847, Roberto Jorge Haddock Lobo, foi pioneiro na utilização do éter como anestesia, no Hospital Militar do Rio de Janeiro, em um paciente, acadêmico de medicina. Na Bahia, realizou-se a primeira anestesia local em 5 de setembro de 1866, quando se extraiu a última falange do 1º quirodáctilo esquerdo de um rapaz de 18 anos depois de dois minutos de aplicação de éter sulfúrico pelo aparelho do Dr. Richardson, manipulado pelos Drs. Paterson e M. M.Caldas, tendo como cirurgião o Dr. Wucherer. Sobre a anestesia, de um modo geral, a Bahia contribuiu sobre o tema, no século XIX, consoante se lê em teses inaugurais: “Breves considerações acerca das propriedades do éter e do clorofórmio e sua aplicação à cirurgia, obstetrícia e terapêutica”, defendida pelo Dr. Fiel José de Carvalho e Oliveira – Faculdade de Medicina da Bahia – 1851; “Regras práticas sobre o emprego de anestesia na terapêutica cirúrgica”, de autoria do Dr. Manoel Nunes Affonso Britto – Faculdade de Medicina da Bahia – 1858; “Exame e solução das principais questões sobre a anestesia e a terapêutica cirúrgica”, desenvolvida pelo Dr. Joaquim Monteiro Caminhoá – Faculdade de Medicina da Bahia – 1858; “Regras práticas acerca da anestesia na terapêutica cirúrgica”, defendida pelo Dr. Joaquim Augusto Muniz Barretto – Faculdade de Medicina da Bahia – 1859; “Constituição química dos sais anestésicos – Funções intelectuais”, de autoria do dr. Pedro Ribeiro da Trindade – Faculdade de Medicina da Bahia – 1862; “Quais as propriedades químicas, as ações fisiológicas e os efeitos terapêuticos do cloral e do clorofórmio? Em que relação se acham?”, defendida pelo Dr. Luiz Anselmo da Fonseca - Faculdade de Medicina da Bahia – 1875; “Do cloral e do clorofórmio nos seus efeitos terapêuticos”, desenvolvida pelo Dr. Francisco Martins Mendes – Faculdade de Medicina da Bahia – 1877; “Do cloral e do clorofórmio em seus efeitos terapêuticos”, tese sustentada pelo Dr. Henrique Damazio – Faculdade de Medicina da Bahia – 1882; “Do cloral, sua história química e ação fisiológica”, pelo Dr. Ignacio de Amorim Antuerpio –Faculdade de Medicina da Bahia – 1882; “Cloral e clorofórmio – em seus efeitos terapêuticos” – de autoria do Dr. Antonio Alves Pereira de Lyra – Faculdade de Medicina da Bahia – 1883; “Do cloral e do clorofórmio em seus efeitos terapêuticos”, defendida pelo Dr. Francisco Teixeira de Carvalho – Faculdade de Medicina da Bahia – 1883; “Cloral e clorofórmio - em seus efeitos terapêuticos”, sustentada pelo Dr. Antonio Carreiro da Silva – Faculdade de Medicina da Bahia – 1885; “Chloral – Aldehyde trichlorada, trichloroureto de aldehyde etc”, escrita pelo Dr. Vasco Theopisto de Oliveira Chaves –Faculdade de Medicina da Bahia – 1885; “Anestesia local”, pelo Dr. Antonio Mancio Ribeiro Jacques – Faculdade de Medicina da Bahia – 1886; “Anestesia local”, de autoria do Dr. Arthur Moraes Jambeiro Costa – Faculdade de Medicina da Bahia – 1886; “Anestesia cirúrgica”, defendida pelo Dr. Américo Arnulpho Torres – Faculdade de Medicina da Bahia – 1891; “Da anestesia clorofórmica em obstetrícia”, da lavra do Dr. Joaquim Paulo de Andrade – Faculdade de Medicina da Bahia – 1891; “Da anestesia em cirurgia ocular”, pelo Dr. Octavio Accioli de Aguiar – Faculdade de Medicina da Bahia – 1897. O celebrado oftalmologista baiano, Dr. Francisco dos Santos Pereira, (1844-1912), iniciador do ensino oficial da Clínica Oftalmológica , na Bahia, aplicou, pela primeira vez no Brasil, a cocaína como anestésico local, em 19 de fevereiro de 1885, para a realização de uma paracentese da câmara anterior do olho. Em 1819, o inventor do estetoscópio, René Theophile Hyacinthe Laennec (1781-1826), publicou De l’Auscultation médiate . (Nota do Autor). Em 18 de agosto de 1819, foi construído, no estaleiro da Preguiça, o primeiro navio brasileiro equipado com a primeira máquina a vapor, trazida pelo brigadeiro Felisberto Caldeira Brant Pontes Oliveira e Hortas, ao depois Marquês de Barbacena, que tinha sido o introdutor da vacina no Brasil, em 31 de dezembro de 1804. No ano de 1819, o primeiro barco a vapor fez a sua viagem inaugural para Cachoeira, conduzindo o capitão general Conde da Palma, zarpando desta capital às 11 horas da manhã e chegando àquela cidade às 21 horas, sulcando as águas do rio Paraguaçu. Nesse mesmo navio, o Imperador Pedro I foi a Itaparica em 1826. No ano anterior, 1818, um decreto do governo imperial, de 3 de agosto de 1818 concedeu ao sobredito brigadeiro, ao comendador Pedro Rodrigues Bandeira, e ao capitão-mor Manuel Bento de Souza Guimarães, o direito para o estabelecimento da navegação por vapores nas costas e rios da província da Bahia. Depois de algumas viagens, o navio foi atirado por uma procela à costa de Mont-Serrat, de onde nunca foi retirado. |
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MEMÓRIA HISTÓRICA ACERCA DOS SUCESSOS MAIS NOTÁVEIS OCORRIDOS NO COLÉGIO MÉDICO-CIRÚRGICO DA CIDADE DA BAHIA NO ANO DE 1819 |
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Quarta-feira, 3 de março de 1819 – Congregou-se o Colégio Médico-Cirúrgico da cidade da Bahia, “e por elle foi determinado que por Edital se fizesse publico que as aulas do Curso do corrente anno se devem abrir no dia treze deste mesmo mez, e q. os estudantes, q. se quizessem matricular deverião concorrer todos os dias pela manhã as horas, e lugar do costume para serem examinados nas materias preparatorias, exigidas pelos Estatutos, e ordens ulteriores. conforme o estilo, e pratica; devendo-se participar ao Governo conseqüentemente. Levantou-se a Sessão.” Domingo, 16 de maio – “Congregou-se o Collegio medico-cirurgico, e á elle foi prezente um officio do Exc.mo Senhor Conde de Palma Governador desta Provincia com data de 30 de Abril, em que transmettia por Copia a Carta Regia, pela qual S. M. Houvera por bem Nomeiar Lente de Operaçoens e Partos á Manuel da Silveira Rodrigues de data de 7 de Dezembro do anno passado. O Collegio mandando cumprir o ditto officio, e Carta, levantou a Sessão.” |
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A SEGUIR: A MATRÍCULA DOS ESTUDANTES DO COLÉGIO MÉDICO-CIRÚRGICO DA CIDADE DA BAHIA NO ANO DE 1819 |
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