IMUNIZAÇÃO  NA  ADOLESCÊNCIA

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Déa Mascarenhas Cardozo
Profa. do Departamento de Pediatria da FAMED-UFBA
Membro do Departamento de Adolescência da SBP.

Isabel Carmen Fonseca Freitas
Profa. do Departamento de Pediatra da FAMED-UFBA
Presidente do Departamento de Adolescência da SOBAPE.

 

Embora muitos adolescentes estejam suceptíveis às várias doenças para as quais as vacinas são muito eficientes, poucos autores demonstram preocupação com a imunização nessa segunda década da vida.

Na família e no serviço de saúde prevalece o entendimento de que as vacinas se destinam apenas as crianças. Quando acometida por doença infecciosa, a criança traz preocupação à família, ao médico e terá o afastamento temporário da recreação. Já o adolescente, afetado pela doença, terá como consequência o desligamento provisório de suas atividades estudantis e/ou profissionais, além da dificuldade em se conseguir que mantenha repouso e obedeça às prescrições, tendo em vista que se pode encontrar uma natural rebeldia do jovem.

 A necessidade de averiguar sobre as vacinas que o jovem recebeu, deve estar sempre na ação primária. Quando o adolescente estiver com esquema vacinal incompleto ou não recebeu nenhuma vacina, é importante que receba as vacinas indicadas para a sua idade. Os acidentes de toda ordem estão entre as primeiras causas de morbidade na adolescência, sobretudo no sexo masculino. Sendo assim, jovem deve estar protegido com esquema de vacinação anti-tetânica. A rubéola congênita pode levar transtornos irreversíveis ao feto. Nas epidemias de sarampo que tem ocorrido nas Américas, uma parte importante das mortes ocorreu em adolescentes que não estavam protegidos com a vacina. A Hepatite A é endêmica no nosso país e a hepatite B implica em risco de portador e carcinoma hepático.

 Algumas modificações vêm ocorrendo no esquema de imunização ativa na adolescência. Vacinas novas foram licenciadas, sendo algumas recomendadas para uso de rotina. Vacinas antes recomendadas apenas para grupos de risco, passaram a fazer parte do esquema universal. Outras, passaram a ter reforço na adolescência  com emprego rotineiro ( sarampo/caxumba/rubéola) ou eventualmente ( BCG ).

 Devido a não disponibilidade de novas vacinas nas rede pública  de saúde, a vacinação está longe de atingir a nossa população jovem. Entretanto é necessário que os adolescentes e ou seus familiares, sejam informados pelos profissionais de saúde,  da existência destes mecanismos de defesa contra doenças e dos seus direitos como cidadãos.

Calendário  de  Imunização de Rotina  na  Adolescência

Vacina Contra

Nome comercial

 Doses
( intervalos)

Volume
(via)

Idade

Sarampo Caxumba

Rubéola

MMR, Trimovax

1 dose

0,5 ml (SC)

10-12 anos

Tuberculose

BCG

1 dose

0,1ML(ID)

10-12 anos se PPD não reator

Difteria

Tétano

Td(dupla tipo adulto)

1dose

0,5ml( IM)

10 anos após a última dose de Td ou DPT

Hepatite B

Engerix-B

 3 doses(0,1,6 meses)

0-18 anos:10 mg (0,5ml, IM) >=19 anos20 mg( 1,0 ml, IM)

Qualquer idade

Hepatite A

Havrix

3 doses(0,1,6 meses

0-18 anos:360 EU (O,5ml,IM)

>=19anos:720EU(1,0ml,IM)

Qualquer idade

Varicela

Varivax

Até 13 anos:1 dose
Após 13 anos:2 doses(0,1mês)

0,5ml(SC)

Qualquer idade

Fonte: Chipkevitch E. J. Pediat., v. 73, n.1, p. 5-10, 1997.

BIBLIOGRAFIA

1-    AABY P, CLEMENTS CJ. Measles  immunization research: Bulletin of the World Health Organization, 1989;67: 443-448.

 2-    Chipkevitch E. J. Pediatr., v. 73, n.1, p. 5-10, 1997.

 3-    COMMITTE ON INFECTIOUS DISEASES 1995 TO 1996 AMERICAN ACADEMY OF PEDIATRICSS. Recommended Childhood Imunization Schedule. Pediatrics, 1996; 97:143.

 4- Crespin, Jacques. Vacinação. IN: COATES V, FRANÇOSO L, BEZNOS G, (coords.)  Medicina do Adolescente. Sarvier, São Paulo. 1993, p:18-26.