PATOLOGIA CELULAR:
ULTRAMICROFOTOGRAFIAS |
Micrografia 01: Vê-se
uma trave hepática. Chama a atenção a polarização
das células hepáticas; há um polo canalicular
em relação a um canalículo biliar delimitado
por quatro hepatócitos, localizado no centro da micrografia,
e o polo sinusoidal em relação aos vasos sanguíneos.
Observe que nem todos os hepatócitos estão inteiramente
representados. Enfatize os limites celulares. Note que há espaço
entre as células, mas que a nível dos canalículos
biliares aparecem áreas de fusão de membranas muito
eletron-densas, que são os complexos juncionais (discutir a
importância funcional destes complexos). Identificar as principais
organelas (mitocôndrias, retículos endoplasmático
liso e rugoso, lisossomos e inclusões de glicogênio)
e correlacione com as funções celulares. Explorar os
aspectos do núcleo; um núcleo com aspecto claro e nucléolo
evidente deve estar relacionado com a intensa atividade de síntese
proteica. Discuta o papel do retículo endoplasmático
liso no hepatócito (função de conjugação,
transformando moléculas lipossolúveis em moléculas
hidrossolúveis). Alguns hepatócitos mostram inclusões
lipídicas eletron-densas (em pequena quantidade deve ser considerada
normal). Estas são células epiteliais e não há
matriz intercelular, exceto um pouco de colágeno nos espaços
de Disse. |
Micrografia 02: Detalhe
de um hepatócito na região peri-nuclear. Correlacionar
os aspectos da cromatina frouxa com atividade de síntese proteica.
Observar os detalhes da estrutura da mitocôndria, retículo
endoplasmático liso e rugoso, polirribossomos e glicogênio.
Enfatizar as relações entre estrutura e função. |
Micrografia 03: Detalhe
da região de um canalículo biliar delimitado por cinco
hepatócitos em um caso de colestase por obstrução
biliar extra-hepática. Há aumento de lisossomos secundários
no polo canalicular dos hepatócitos. A luz do canalículo
está dilatada e há formação de uma bolha
(bleb) citoplasmática para dentro da luz. Estas bolhas se formam
como resultado da ação da bile sobre as lípidas
da membrana plasmática, alterando a estrutura destes lipídios
e, consequentemente, a permeabilidade da membrana à água. |
Micrografia 04: Traves
hepáticas mostrando inclusões lipídicas em caso
de esteatose hepática. Discutir os mecanismos que podem levar
ao acúmulo de gordura no citoplasma de células hepáticas
e seu significado. Há também aumento no número
de lisossomos secundários. |
Micrografia 05: Detalhe
do polo vascular apical de um hepatócito. Vê-se parte
do núcleo, algumas mitocôndrias e poucos lisossomos.
Há acentuada hiperplasia e dilatação do retículo
endoplasmático liso. Aproveite e mostre a estrutura do espaço
de Disse, formado entre a célula hepática e a célula
endotelial, contendo poucos feixes de colágeno. O paciente
era alcoólatra e a metabolização do álcool
ocorre no retículo endoplasmático liso, que é
induzido pelo uso continuado de álcool e de outras drogas. |
Micrografia 06: Trata-se
de uma célula mesenquimal do tecido conjuntivo. Enfatize a
presença de abundante matriz extra-celular colagênica.
No citoplasma há um exuberante retículo endoplasmático
rugoso hiperplasiado e hipertrofiado, dilatado e preenchido por material
eletron-denso. Chame a atenção para a presença
de ribossomos aderidos à membrana do retículo endoplasmático
rugoso (discuta um pouco sobre a síntese de proteínas
para exportação X proteínas para uso da própria
célula). Ainda no citoplasma há pequenas vesículas
que podem representar vesículas do complexo de Golgi (algumas
contêm colágeno cortado transversalmente) ou vesículas
de pinocitose (localizadas em relação à membrana
plasmática). Note que na periferia da célula, na região
extra-celular, há lâmina descontínua de material
eletron-denso, tipo membrana basal. Esta célula é um
miofibroblato obtido em um processo de fibrose. |
Micrografia 07: Há
grande dilatação das mitocôndrias que também
estão intumescidas e com redução do número
e do tamanho das cristas (cristólise). Há alterações
do citoesqueleto que se traduz por acúmulos irregulares de
filamentos intermediários. Outra evidência de lesão
aguda grave é a acentuada dilatação do retículo
endoplasmático rugoso com desagregação de ribossomos.
No centro do campo há um complexo de Golgi bem preservado.
Esta micrografia é representativa para a discussão de
lesões celulares agudas assim como o papel das mitocôndrias
como sistema crítico da função celular. Seria
interessante discutir a desagregação do citoesqueleto
e sua importância na manutenção das relações
entre as organelas e no transporte intra-celular de macromoléculas. |
Micrografia 08: Esta
micrografia demonstra lesão celular crônica caracterizada
pela presença de vários corpos residuais contendo lipídios
formando figuras mielínicas. Nesta áreas as mitocôndrias
estão dilatadas e mostram nítida cristólise.
Esta era uma lesão focal na célula do ducto biliar de
uma criança com atresia de vias biliares extra-hepáticas. |
Micrografia 09: Hepatócito
necrótico. Há agregação da cromatina com
formação de grumos e desaparecimento do nucléolo.
O retículo endoplasmático está dilatado e não
se identifica o componente rugoso. As mitocôndrias estão
tumefeitas, com cristólise, e aparecem inclusões grosseiras
(cálcio) eletron-densas nas mitocôndrias. Há acúmulo
de gordura intra-citoplasmática. As células e a matriz
extra-celular perderam os limites. |
Micrografia 10: Célula
epitelial do ducto biliar com necrose, desgarrada para o interior
do ducto. |